Pela primeira vez na história desse blog literário resolvi fazer uma lista com 12 livros para ler próximo ano.

Pela primeira vez na história desse blog literário resolvi fazer uma lista com 12 livros para ler próximo ano.
As coisas que perdemos no fogo, livro da argentina Mariana Enriquez, foi a última leitura realizada para o #ClubeNossaLiteratura esse ano. A obra reúne 12 contos, que exploram o horror e as condições cada vez mais degradantes da realidade humana.
Alguns livros, por si só, carregam uma verdade inexorável, uma grandiosidade difícil de comparar. Essas obras nos atormentam, tiram nosso sono e nos acompanham por toda a vida. O romance histórico – e épico – do peruano Mario Vargas Llosa se enquadra nesse perfil.
“O romance vence por pontos, o conto deve vencer por nocaute”. Cortázar utiliza essa comparação interessante entre boxe e ficção para significar a máxima do conto, essa arte sintética e seletiva que, se explorada corretamente, consegue derrubar qualquer leitor.
Ao ler Jane Eyre, um ponto me deixou incomodada: A louca do sótão. Uma mulher que, como a luz de um farol, só é iluminada em determinados momentos da história. Limitada, carregando o estigma da loucura – como os vitorianos preconceituosos mais gostavam de fazer – , terminou ocupando um espaço pequeno e cruel, dando … Continue lendo RESENHA: “VASTO MAR DE SARGAÇOS”, DE JEAN RHYS
Em Como água para chocolate, a escritora mexicana Laura Esquivel ocupa um espaço necessário para levantar questões sobre a representatividade do feminino em meio a uma sociedade patriarcal, a um ambiente familiar hostil, e ao contexto histórico da Revolução Mexicana.
Inspirado no clássico de Robert M. Ballantyne, A ilha do Coral (1858), O senhor das moscas conta a história de crianças que são retiradas de uma cidade atingida por bombas atômicas, mas, no meio do percurso, o avião em que estavam sofre um acidente e cai numa ilha do oceano Pacífico.
“Tomara que, depois que eu morra, algum dia duas pessoas como nós se encontrem num boteco do mundo e falem de mim desse jeito. Essa maneira de sobreviver na arte.”
O quão ridículo e inadmissível é perder quem amamos? Como lidar com algo que nossa cultura nos ensina a evitar desde que nascemos como um assunto proibido? Como poderemos viver a dor? Como encontrar beleza e conforto na morte? Refleti sobre essas perguntas que surgiam na minha cabeça enquanto lia A ridícula ideia de nunca mais te ver, da espanhola Rosa Montero, que traça os caminhos de sua vida com a cientista Marie Curie.
Ah! Raduan, o que fizeste em Lavoura arcaica? O que fizeste comigo ao lançar palavras que me deixaram em transe, que me tiraram do eixo? O que fizeste com esse amontoado, que se dilui como ondas do mar e encharca poros, invade a corrente sanguínea e deixa o espírito atordoado, estremecendo tudo?